A Polícia Civil do Paraná (PCPR) realizou uma grande operação nesta quinta-feira (29), resultando na prisão de 54 pessoas em uma ação conjunta nos estados do Paraná e Santa Catarina. O objetivo da operação era desmantelar uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, que movimentou mais de R$ 17 milhões nos últimos dois anos.
Os mandados de prisão e busca foram cumpridos simultaneamente em diversas cidades paranaenses, como Apucarana, Ortigueira, Rio Bom, Califórnia e Marilândia do Sul, além de Jaguará do Sul, em Santa Catarina. A operação contou com a participação de mais de 245 policiais civis, apoio aéreo e cães farejadores da PCPR.
A organização criminosa é suspeita de estar envolvida em uma série de crimes, incluindo tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, além de financiamento ao tráfico e associação para o tráfico. Há também indícios de que o grupo esteja ligado a dezenas de homicídios ocorridos nos últimos anos. A operação visava não apenas prender as principais lideranças, mas também desarticular os núcleos financeiro e operacional, além de pequenos fornecedores.
As investigações revelaram que o grupo movimentou mais de R$ 17 milhões por meio de transações financeiras realizadas via Pix e máquinas de cartão de crédito, mas o valor real pode ser o dobro, considerando o dinheiro em espécie que não pôde ser contabilizado.
Além das prisões, a operação teve como um dos objetivos enfraquecer financeiramente a organização criminosa. Para isso, foram emitidas 40 ordens judiciais para bloqueio de contas bancárias.
De acordo com o delegado André Garcia, o grupo realizava diversas transferências bancárias em nome de terceiros para dificultar o rastreamento dos valores. “O núcleo financeiro executou mais de 52 mil transações bancárias em pouco mais de dois anos, utilizando diversas contas para dificultar o rastreio e a identificação das lideranças, que se afastavam dos valores ao usarem as contas de esposas e companheiras”, explicou.
A investigação também revelou que o grupo possuía uma estrutura organizada, com inúmeros pontos de venda de drogas. “Durante um ano de investigações, foi constatado que a organização criminosa montou uma empresa complexa, dividida em diferentes núcleos. Eles atuavam de forma organizada, com centenas de pontos de venda de drogas, instalados em imóveis invadidos ou alugados, que eram adaptados para esse fim”, relatou o delegado Marcus Felipe da Rocha.
A operação resultou na apreensão de diversos veículos, dinheiro, armas de fogo, drogas e outros bens, que foram alvo de ordens de sequestro.