Os professores da rede pública estadual aprovaram indicativo de greve geral nos colégios estaduais de todo o Estado do Paraná. Profissionais dos colégios estaduais cívico-militares também votaram pela aprovação. A greve deve ser deflagrada a partir da segunda-feira, dia 03 de junho. A medida foi aprovada durante votação de uma assembleia estadual extraordinária, realizada na tarde deste sábado (25), pela APP Sindicato, de forma online.
A categoria decidiu pela greve após o Governo do Estado apresentar o Projeto Parceiros da Escola, um projeto do Governo do Paraná e da Secretaria de Estado da Educação (Seed) para a privatização da gestão de cerca de 200 escolas estaduais.
Para a APP Sindicato, o projeto pode ser prejudicial para os profissionais e estudantes, conforme explicou em uma publicação.
“O governo justifica o projeto pela incapacidade de gerir as 2,1 mil escolas estaduais e credenciará grupos dispostos a fazer o trabalho. Um negócio extremamente lucrativo, que sugará recursos da escola pública para o bolso de empresários(as). Não haverá processo licitatório e os requisitos do edital sugerem um jogo de cartas marcadas para beneficiar um grupo seleto que cumpre os critérios”, diz a entidade.
A entidade acrescenta que, para a categoria, a terceirização também ameaça aos professores.
“Professores(as) PSS serão terceirizados(as), assim como a gestão administrativa, financeira e pedagógica das unidades escolares. Decisões não passarão mais pelas instâncias participativas, excluindo a comunidade escolar. Metas de frequência e desempenho significarão aumento dos repasses previstos pelo Estado”, explica.
A APP Sindicato também afirma que, com a aprovação desse projeto, alunos não poderão ser reprovados por dois anos consecutivos, estimulando fraudes pedagógicas para assegurar lucros crescentes.
O Governo do Paraná publicou nesta sexta-feira (24) a lista dos primeiros colégios que podem ter suas gestões privatizadas. São 200 que podem passar a ser geridas pela iniciativa privada em 2025.
O projeto ainda deve ser enviado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). No entanto, o governador Ratinho Júnior já teria apresentado o projeto à sua base.