O Paraná encerrou 2024 com o melhor desempenho financeiro entre todos os estados brasileiros, ao registrar R$ 1,97 bilhão de juros nominais positivos, conforme dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do Tesouro Nacional. O resultado foi alcançado porque os rendimentos de aplicações financeiras do Estado, que somaram R$ 4,7 bilhões, superaram os R$ 2,73 bilhões pagos em juros da dívida pública.
Esse cenário representa uma gestão eficiente das finanças estaduais, na qual os rendimentos superam os encargos financeiros, permitindo ao governo manter suas contas equilibradas sem a necessidade de recorrer a novos financiamentos para cobrir dívidas.
Modelo de gestão que garante mais investimentos
Segundo o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, essa estratégia é comparável à administração de um orçamento familiar. “Se uma família tem rendimentos que cobrem os custos com financiamentos, sobra dinheiro para investir em bem-estar. O mesmo se aplica ao Estado”, disse.
Com os juros sendo pagos com os próprios rendimentos, o Paraná pode destinar mais recursos para obras e investimentos, o que se refletiu no maior volume de investimentos da história do Estado em 2024.
Paraná supera todos os estados
O resultado do Paraná ficou muito à frente de outras unidades da federação, como a Paraíba, que ocupou o segundo lugar com um saldo de R$ 639,1 milhões — um terço do obtido pelos paranaenses. Estados de peso econômico como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais registraram saldos negativos, evidenciando o contraste com a performance paranaense.
Na região Sul, o Paraná também puxou a média para cima. O Rio Grande do Sul teve saldo positivo de R$ 33,5 milhões, enquanto Santa Catarina fechou com saldo negativo de R$ 1,38 bilhão. Somando os três estados, o Sul fechou com R$ 617,8 milhões, sendo que o Paraná foi responsável por mais de 95% desse total.
Resultado fiscal sólido e dívida negativa
Além dos juros nominais positivos, o Paraná fechou o ano com dívida consolidada líquida negativa de R$ 3,3 bilhões. Isso significa que o Estado tem mais recursos em caixa do que dívidas a pagar, situação rara entre os entes federativos e sinal de solidez fiscal.
De acordo com a diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda, esse saldo positivo reduz a necessidade de novos financiamentos e reforça a capacidade do Estado de honrar seus compromissos e investir com autonomia. “Mesmo com os investimentos recordes do último ano, o Paraná não aumentou seu endividamento”, destacou.
O desempenho reforça a posição do Paraná como referência nacional em gestão financeira pública, com uma combinação de rendimento eficiente dos recursos, controle de gastos e responsabilidade fiscal, gerando impacto direto na capacidade de investimento e desenvolvimento do Estado.