O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) expressou preocupação diante das expectativas inflacionárias acima da meta estabelecida e de um contexto macroeconômico mais desafiador do que inicialmente previsto.
Nessa conjuntura, não planeja realizar novos cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia. Os membros do comitê enfatizam que qualquer futura modificação na taxa será determinada pelo compromisso firme de conduzir a inflação de volta à meta.
Segundo a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (14), o comitê avalia de forma unânime que a incerteza global e a resiliência da atividade doméstica, aliadas a expectativas de inflação instáveis, requerem uma abordagem mais cautelosa.
A reunião ocorreu na semana passada, marcando a sétima redução consecutiva da Selic pelo Copom. No entanto, desta vez, o ritmo de corte foi mais moderado. Enquanto nas reuniões anteriores, de agosto do ano passado até março deste ano, os juros básicos foram reduzidos em 0,5 ponto percentual a cada encontro, desta vez a redução foi de 0,25 ponto percentual, estabelecendo a taxa em 10,5% ao ano.
Um dos principais motivos para essa cautela do Copom é a persistência das expectativas de inflação fora do controle. Embora em declínio, o índice ainda permanece acima da meta estipulada pelo Banco Central, o que alimenta a incerteza entre os agentes econômicos. Estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As projeções para a inflação, conforme divulgadas no último Relatório de Inflação do BC em março, indicam uma desaceleração mais lenta em 2024, influenciada pela alta dos preços de alimentos e combustíveis.
Apesar de manter a estimativa de encerramento do IPCA em 3,5% para 2024 no cenário base, o relatório aponta para possíveis revisões, a serem divulgadas na próxima versão do relatório em junho.