O escritor Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira, faleceu nesta segunda-feira (9), em Curitiba, aos 99 anos. Conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, Trevisan era avesso a entrevistas e levava uma vida reclusa na capital paranaense. A morte foi divulgada pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e pela família em uma publicação nas redes sociais, mas a causa não foi divulgada.
“Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu hoje, 09 de dezembro de 2024, aos 99 anos”, informou a nota, referindo-se ao apelido imortalizado pelo livro de contos O Vampiro de Curitiba (1965).
Sem velório, o corpo será cremado no Crematório Vaticano, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.
Vida e legado literário
Nascido em Curitiba em 14 de junho de 1925, Dalton Trevisan iniciou sua carreira com a novela Sonata ao Luar, ganhando projeção nacional com Novelas nada exemplares. Mestre em retratar o cotidiano de forma precisa e envolvente, ele explorava dilemas psicológicos, costumes urbanos e as angústias da vida moderna.
Entre as principais obras do autor estão O Vampiro de Curitiba, A Polaquinha e Cemitério de Elefantes, que transformaram a capital paranaense em personagem literário. Sua escrita, marcada por rigor técnico e um olhar implacável sobre a condição humana, rende-lhe prêmios como o Jabuti e o Camões, os mais prestigiados da literatura em língua portuguesa.
Mesmo premiado, Trevisan manteve distância da vida pública. Desde os anos 1970, recusava entrevistas e mantinha uma rotina discreta. Em 2021, deixou sua icônica casa no Alto da Glória, em Curitiba, devido a questões de segurança e saúde, passando a morar em um apartamento no centro da cidade.
“Dalton desvendou com maestria as contradições da classe média e os dilemas dos marginalizados, transformando o cotidiano banal em literatura de impacto”, destacou a Secretaria de Cultura do Paraná.
Por Portal Agora.