O catador de recicláveis Dirceu Mathias explicou que a decisão de levar os animais Sarita, de oito anos, e Fred, de um, para o local foi “o que estava ao alcance” no momento em que a água avançava.
“A imensidão da água era muito grande, irmãos, era muito grande. A gente estava apavorado. A água estava subindo e eu não tinha para onde levar eles”, diz Mathias.
O homem relatou que sequer conhece os moradores do prédio. A ideia inicial, segundo ele, era levar os animais para uma área que não estava alagada, mas não havia barco disponível para transportar Sarita e Fred e fazer a travessia.
Sem embarcação, ele levou a égua e o bezerro para o salão de festas. Como a enchente seguiu, ele levou os animais até um apartamento vazio no terceiro andar. Para conseguir levar Sarita e Fred andar acima, pelas escadas, Mathias contou com a ajuda de um sobrinho.
“Acho que o amor aos animais me fez eu fazer isso daí. Porque eles são de estimação nossa, eu consegui, na garra de Deus, ter força para empurrar eles escada acima”, relembra.
Segundo o catador, o síndico do prédio abriu as portas do edifício para receber animais. Sarita e Fred estavam no local havia 10 dias e recebiam alimentação.
De acordo com o síndico, o bezerro foi resgatado no último sábado (11), de barco, pela janela do apartamento. No dia, o nível da água estava mais alto por conta da cheia do Rio dos Sinos, que inundou a cidade e tirou mais de 100 mil de casa. Como é um animal de menor porte, ele coube na embarcação.
A operação de resgate da égua começou por volta das 12h de terça-feira (14) e envolveu cerca de 15 pessoas do Corpo de Bombeiros. O animal foi içado e retirado por uma janela. O animal foi encaminhado à prefeitura de São Leopoldo para receber cuidados.