George Lucas Pereira Lins Fernandes, suspeito de ter atropelado e arrastado a própria namorada por 120 metros no bairro Solo Sagrado, em Apucarana (PR), afirmou durante depoimento que não percebeu ter passado por cima da jovem de 19 anos. A vítima sofreu ferimentos graves e está internada na UTI do Hospital da Providência desde a data do crime, sábado (15), enquanto aguarda transferência para o Hospital Universitário de Londrina.
O homem de 25 anos foi preso horas depois do crime pela Polícia Civil. Ele estava escondido em uma residência no Jardim Ponta Grossa. Na noite de sábado, ele prestou depoimento para o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana, Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, que afirmou que o suspeito apresentou informações contraditórias. Conforme a autoridade, George será autuado pelo crime de tentativa de feminicídio.
Durante depoimento, Fernandes relatou que saiu do trabalho e foi junto com a companheira para uma lanchonete no Solo Sagrado. No estabelecimento, ele ingeriu bebida alcoólica e confirmou ao delegado que estava embriagado. O suspeito afirmou ainda que, no momento em que acelerou o carro – modelo Chevrolet Vectra, tinha como objetivo fugir do local, pois estava sendo ameaçado pelo dono da lanchonete e mais um homem, que não soube identificar.
As ameaças teriam acontecido após George se dispor a ajudar o entregador do estabelecimento, que não havia conseguido realizar o que seria a última entrega da noite, pois o cliente estava dormindo. O suspeito acompanhou o trabalhador até a residência, abriu o portão e deixou o lanche. No entanto, quando voltou para a lanchonete, o proprietário não gostou da atitude e mandou que George voltasse para buscar o pedido.
“Quando voltei [na lanchonete], o dono do lanche não gostou e falou que eu tinha que ia lá buscar”, relatou o suspeito. “Eu entrei no carro dele [proprietário da lanchonete], subi lá no local [casa do cliente] e na hora que a gente desceu do carro, eu peguei o lanche e dei na mão dele. Então ele começou a me empurrar e eu não sabia o que fazer. Apareceu um vizinho, não sei de onde era esse homem, mas veio me empurrando também, então eu só desci correndo e peguei meu carro e acelerei”, completa.
George afirma que, quando chegou na lanchonete, gritou para a companheira entrar no carro e, logo na sequência, acelerou. No entanto, quando questionado pelo delegado, não soube explicar a ausência da vítima dentro do veículo ou então o paradeiro da filha dela, uma bebê de 2 anos. “Eu não pensei em nada, eu só queria sair dali”, afirma George. Ele também garantiu durante depoimento que, além de não perceber passar por cima da namorada, não escutou nenhum dos gritos de avisos das testemunhas. O delegado-chefe, porém, frisa que relato das pessoas indicam que os gritos foram extremamente altos, ao ponto de moradores de outras ruas ouvirem.
George fugiu do local do acidente alegando que não sabia ter cometido o atropelamento. Ele teria descoberto horas depois que deixou a namorada em estado grave, através da mãe da vítima, que contou para ele por meio de ligação telefônica. O suspeito também disse durante depoimento, que se escondeu na residência no Jardim Ponta Grossa, pois estava sendo ameaçado de linchamento.
Por TNOnline.