Durante o Maio Laranja, campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) intensifica ações de conscientização e alerta sobre a importância da atenção, do diálogo e da denúncia como formas de proteção à infância e juventude.
A violência contra crianças e adolescentes pode se manifestar de forma física, emocional, sexual ou por negligência. Em muitos casos, os sinais passam despercebidos, mesmo por pessoas próximas. O delegado Rodrigo Rederde ressalta que pais, professores e profissionais da saúde devem estar atentos a mudanças comportamentais como queda no desempenho escolar, isolamento, agressividade, medos sem explicação, regressão de comportamento (como voltar a urinar na cama) e interesse precoce por assuntos ligados à sexualidade.
Atenção ao ambiente virtual
No caso dos adolescentes, o ambiente digital requer vigilância constante. Jogos online, redes sociais e aplicativos de mensagens são frequentemente usados por abusadores para estabelecer contato com vítimas e praticar violência psicológica ou sexual. “É fundamental que os pais conheçam e monitorem o uso dessas plataformas”, orienta Rederde.
Evite agir por conta própria
A PCPR reforça que familiares não devem tentar investigar ou abordar suspeitos por conta própria, pois isso pode prejudicar a coleta de provas e comprometer a investigação policial. “Temos registros de casos em que ações precipitadas dificultaram o trabalho da polícia. O ideal é sempre procurar as autoridades competentes”, alerta o delegado.
Como denunciar
A orientação, ao suspeitar de qualquer tipo de abuso, é registrar um boletim de ocorrência, o que pode ser feito em qualquer delegacia do Paraná. Em cidades maiores, os casos são encaminhados aos Núcleos de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), que possuem equipes especializadas. Já em municípios menores, as delegacias locais estão preparadas para conduzir as investigações.
As denúncias também podem ser feitas de forma anônima pelos números 181 (Disque-Denúncia) e 197 (Polícia Civil), garantindo sigilo e proteção ao denunciante. Após o registro, a vítima passa por escuta especializada, feita por profissionais treinados para acolher sem causar revitimização.
Prevenção começa no diálogo
Mais do que punir os crimes, a PCPR reforça que prevenir é essencial. Por isso, recomenda que famílias e escolas mantenham espaços abertos para conversa, nos quais crianças e adolescentes se sintam seguros para relatar situações de risco. “Quando existe confiança, aumenta a chance de a vítima buscar ajuda. O silêncio perpetua a violência”, afirma o delegado.
Rederde conclui que o Maio Laranja é mais do que um mês de conscientização: é um chamado à ação. “A omissão também é prejudicial. Se houver suspeita, denuncie. Proteger nossas crianças é responsabilidade de todos.”
Sobre o Maio Laranja
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é celebrado em 18 de maio. A data reforça a importância da denúncia e de políticas públicas voltadas à proteção da infância, além de promover ações preventivas para enfrentar esse grave problema social.