O deputado estadual Ricardo Arruda (PL) tornou-se réu em um processo que o acusa de desvio de dinheiro público, tráfico de influência e associação criminosa. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) aceitou a denúncia apresentada em 2020 pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Acusações e Denúncia
Arruda é suspeito de ter recebido quase meio milhão de reais em troca de utilizar sua influência para favorecer pedidos junto ao Governo do Paraná e ao Poder Judiciário. A denúncia detalha uma série de episódios ocorridos entre 2016 e 2017, onde Arruda, com o auxílio de quatro ex-assessores, teria intermediado favores em troca de pagamentos.
Segundo o MP-PR, o esquema envolvia o uso do prestígio do deputado para oferecer credibilidade aos serviços ilícitos. Os ex-assessores denunciados atuavam na captação de interessados em obter benefícios, prometendo a influência de Arruda como garantia.
Em um dos casos, em outubro de 2016, Arruda teria recebido cerca de R$ 100 mil para auxiliar um empresário do ramo de exportação a receber valores devidos em contratos com o Governo do Paraná. Em outro caso, em dezembro do mesmo ano, o parlamentar teria cobrado R$ 80 mil para ajudar na reintegração de ex-policiais militares.
Os relatos ainda incluem pagamentos para a promoção de carreira de um policial envolvido em investigação por tortura, e tentativas de evitar a expulsão de outro policial da corporação, além de intervenções para liberar um PM preso. Em diversas situações, o MP-PR aponta que os pagamentos eram realizados dentro do gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e em outros locais de Curitiba.
Defesa e Desdobramentos
Jeffrey Chiquini, advogado de Ricardo Arruda, afirmou que respeita a decisão do TJ-PR, mas enfatizou que a inocência do deputado será provada ao longo da instrução do processo. “Durante a instrução a verdade será demonstrada e a inocência provada”, declarou Chiquini.
Além dos crimes de tráfico de influência e associação criminosa, Arruda e seus ex-assessores são acusados de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público. O MP-PR aponta que o grupo desviou valores ressarcidos pela Alep em cinco ocasiões, totalizando R$ 17.635, para pagar pessoas que prestavam serviços de interesse pessoal ao deputado.
O caso segue em análise no Tribunal de Justiça do Paraná, onde o parlamentar é julgado devido ao foro privilegiado.
por Portal Agora.