Em Ortigueira, indígenas da reserva “Terra Indígena Queimadas” estão realizando protestos devido a uma disputa interna pela liderança da comunidade. Um dos grupos quer a destituição da atual cacique, Luana, e quer que o vice-cacique, Sidnei Guilherme, conhecido como “Nei,” assuma o comando. Tentamos falar com Sidinei, mas não conseguimos contato. A situação se agravou quando houve relatos de que a Polícia Militar havia sido acionada para intervir, supostamente a pedido da cacique. A notícia levou contrários a ela, a queimar uma ponte de acesso principal e a realizar o bloqueio de outros dois acessos, isolando a reserva. Um ônibus novo também já foi queimado.
A tensão aumentou ainda mais quando confrontos resultaram em ferimentos entre os manifestantes. Segundo informações obtidas pelo repórter Ronaldo Senes, o “Berimbau,” uma indígena grávida foi baleada de raspão na cabeça, enquanto outra mulher sofreu ferimentos que exigirão cirurgia na perna. Os tiros teriam partido de aliados de Luana. Um casal, que não tinha ligação com a confusão, foi agredido e também precisou de atendimento no Pronto Atendimento de Ortigueira. “A revolta dos manifestantes surgiu após denúncias de que a cacique Luana teria vendido um trator da comunidade por R$ 60 mil para financiar um show musical de seu interesse, só pelo fato dela gostar do cantor. Esse trator vale mais de 100 mil e nem sabemos se ela realmente vendeu por 60, já que notas não foram apresentadas. Ela também desviou mais de 13 mil do caixa em um mês e há outros relatos de desvios, como por exemplo a venda de diesel da Reserva”, disse um índio, que falou com exclusividade ao repórter Ronaldo Senes, mas pediu sigilo de sua identidade.
Afirmou ainda que Luana oprime o povo e precisa deixar o cargo. Nossa equipe tentou entrar em contato com a cacique acusada, para que ela possa falar sobre as denúncias, mas ela não atendeu as ligações e nem respondeu às mensagens até a publicação desta reportagem. Ainda estamos tentamos este contato, já que há informações que ela nega estes fatos. As imagens e relatos da situação foram divulgados por indígenas revoltados com a liderança atual. A comunidade aguarda uma resolução para o impasse, enquanto o clima de tensão continua. O temor é que uma tragédia aconteça por isso os indígenas pacificadores querem uma solução e até a intervenção da FUNAI – Fundação Nacional dos Povos Indígenas, mas exigem que o Cacique seja escolhido pela comunidade e não por cacique de outras aldeias.
Por Blog do Berimbau.